Uma campanha foi criada no site Vakinha, de financiamento coletivo, para pagar a remoção da
tatuagem escrita na testa de um adolescente, em São Bernardo do Campo-SP. Suspeito de ter
roubado uma bicicleta, o jovem teve grafado em sua testa os dizeres “eu sou
ladrão e vacilão”.
A campanha teve
uma expressiva viralização. Na tarde deste domingo (11), o valor que consta
arrecadado é de R$ 17.606. Segundo os organizadores da campanha, do Coletivo
Afroguerrilha, entretanto, há doações falsas. “Tem fakes gerando boletos falsos
de R$ 20 mil pra acharem que já batemos a meta e não doarem mais. Estamos
tentando resolver isso. Doem, ajudem, espalhem!” (sic), diz o texto do
coletivo. De fato, consta no sistema um valor de mais de R$ 193 mil em boletos
ainda não pagos.
De acordo com o
Afroguerrilha, a família do adolescente vive em situação de pobreza e falta de
condições grave. O menor passaria por transtornos psicológicos causados por
dependência química.
Os responsáveis
pela tortura, Ronildo Moreira de Araujo, responsável por filmar, e Maycon Wesley
Carvalho dos Reis, tatuador, estão presos preventivamente. O adolescente estava
desaparecido desde o dia 31 de maio, mas foi encontrado na tarde do sábado
(10), estando agora na casa da avó.
Apesar de a
campanha ser contra a tortura sofrida pelo adolescente, os comentários que
receberam mais curtidas na página da vaquinha são de pessoas contrárias ao
financiamento coletivo. “Tá com pena leva pra sua casa”, disse o
internauta Jader Santos Correia. “Tomara que esteja morto em alguma vala por aí
e vire comida de vermes”, comentou o usuário Ian Machado, recebendo 118
curtidas.
Conforme o
portal de notícias G1, após ter sido encontrado, o menor prestou depoimento à
polícia, ocasião em que negou ter cometido o furto, foi medicado e levado para
a casa da avó. O tio do adolescente disse à reportagem que o jovem é muito
querido no bairro e está bastante assustado. O advogado ainda vai se reunir com
a família para saber quais procedimentos adotará. Já o criador da
campanha estaria recebendo ameaças e mensagens de ódio.
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